Mediunidade e Sintonia

Mediunidade e Sintonia
Mediunidade e Sintonia
Todo médium precisa reconhecer que a sintonia mediúnica é esforço do dia a dia. O transe não acontece sem uma prévia sintonia com os espíritos com os quais se deseja estabelecer contato. Nem mesmo a obsessão se instala de uma hora para outra. Tudo exige um preparo que anteceda este ou aquele acontecimento.

Antes da construção, o projeto; antes do projeto, a ideia...

O médium que não entende que desenvolvimento mediúnico é trabalho perseverante, através de todas as suas atitudes cotidianas, não se desenvolverá a contento, estando longe de ser o cooperador consciente e responsável que os espíritos procuram...

Não há como o médium deixar de ser médium, para levar uma vida paralela, ou seja, não há como o médium se interessar pela mediunidade apenas no momento do transe, olvidando a maior parte do tempo os seus compromissos com o Mundo Espiritual.

Desenvolvimento mediúnico, em essência, é adestramento mental. O medianeiro que interrompe com frequência os seus contatos com os espíritos, deles isolando-se voluntariamente em suas ocupações imediatistas, terá dificuldades imensas para restabelecer no contato.


Entre muitos médiuns e os espíritos comunicantes existem barreiras quase intransponíveis, nuvens espessas que, interpondo-se à claridade solar, impedem que os seus raios iluminem os caminhos...

De uma maneira geral, os espíritos buscam contato com os médiuns, mas são os próprios medianeiros que deles se isolam, não consagrando à tarefa do intercâmbio com os desencarnados senão diminuta parcela do tempo que lhes sobra.

Mediunidade requisita treino, demorados exercícios, disciplina psíquica, espaço mental cedido aos espíritos, discernimento na captação dos pensamentos, união de propósitos...

O médium não deve ter escrúpulos em começar a se preparar para o fenômeno bem antes que o fenômeno aconteça. Imaginemos o ator que deixasse para memorizar o texto em cena ou o artista que solicitasse à plateia que, na hora do concerto, lhe permitisse afinar o instrumento...

Em grande parte dos medianeiros, a mediunidade não deslancha porque se julgam dispensados de se cultivarem mediunicamente; acreditam equivocadamente que os espíritos haverão de realizar todo o trabalho... Ora, nenhum médium pode ser tão passivo assim, ao ponto de acreditar que os
desencarnados farão tudo por ele.

A mediunidade depende do médium, como o fruto depende da árvore que o produz. Se a qualidade do fruto está relacionada à natureza da árvore, a mediunidade, em sua capacidade de produção, se vincula ao empenho do medianeiro.

Não é fácil superar a barreira das dimensões diferentes; se o médium não se predispuser a subir, os espíritos não terão como descer... O ideal é que ambos, médium e espírito, se encontrem no meio do caminho, todavia, quanto mais se elevar em termos de sintonia, mais o medianeiro se aproximará da fonte em seu nascedouro, usufruindo da linfa cristalina antes que, no percurso que efetue, ela se conspurque.

Em qualquer tipo de mediunidade, a questão da sintonia é fundamental.



Autor: Odilon Fernandes
Do livro: Conversando com os Médiuns.

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