O Órfão


Por Dirce Oliveira


O Órfão
Porque ainda existem tantas crianças abandonadas?

Muitos de nós, ainda temos nas sensações corpóreas uma fonte de pseudo prazer, surgindo desses encontros fortuitos uma gestação sem nenhum preparo para a chegada do filho, um espírito que chamamos para estar ao nosso lado. Nas difíceis condições de prover os bens materiais também encontraremos outro motivo, e assim teremos tantos outros fatores a serem listados.... Aos quais não devemos julgar sob hipótese nenhuma, pois através da doutrina espírita, passamos a entender que esse importantíssimo momento, implica muitos débitos do passado. Por isso diante do abandono de seus pais, milhares de crianças tornam-se órfãos já na mais tenra idade, vivendo desprovidas daqueles que lhe deram a vida, e que contudo não conseguiram seguir adiante na elevada tarefa da maternidade ou da paternidade.

Como tudo ocorre de acordo com a misericórdia divina, Lembra-nos Richard Simonetti; “Há espíritos que reencarnam para serem filhos adotivos. Esta situação faz parte de suas provações, geralmente porque no passado comprometeram-se em relação aos deveres familiares. Voltam ao convívio dos companheiros do pretérito sem laços de consanguinidade, destinados a valorizar a vida familiar”, ou bem como o espírito Joanna de Ângelis nos alerta, que os filhos recusados em outras etapas alcançar-nos-ão o lar ou a intimidade por processos transversos, ou seja, o processo da adoção.

Em uma comunicação no Celd-Rio (Centro Espírita Léon Denis - RJ), o espírito Balthazar trouxe à reflexão de que filhos não são realizações de sonhos pessoais. Por isso, aceitar uma criança órfão significa aceitar a sublime condição de auxiliar aquele espírito na superação de seus próprios obstáculo, que inclui, o sentimento de rejeição e em alguns casos a impotência em não saber quem são seus pais consanguíneos.

Mas engana-se aqueles que acham que a adoção se resume a um simples gesto caridoso. Existem comprometimentos espirituais entre adotado e adotante e a providência divina se encarrega de colocar esses espíritos novamente em um convívio salutar para o adiantamento moral de cada um.

É preciso uma dedicação ainda mais intensa por parte dos pais, enquanto educadores e evangelizadores desses espíritos que lhes foram confiados por meio da adoção, a fim de diminuir os efeitos de eventual trauma que o adotado possa desencadear quando do conhecimento de sua situação. Levando em conta que
a constituição de laços de família é uma necessidade do espírito, a família terrena é um instrumento para a construção da família espiritual. Desta forma, devemos ponderar que, ao adotar uma criança, devemos também estar conscientes de que assumimos a responsabilidade da problemática do ser adotado.

Somos todos adotados, pois que ninguém é propriedade de ninguém. Nosso filho de hoje poderá ser nosso pai amanhã, assim estabelece a lei da reencarnação. Escreveu Dra. Marlene Nobre que um dos medos mais comuns das famílias adotantes é de que o filho adotivo venha a se tornar revoltado, porque já teve a rejeição materna. Ora, um filho biológico pode ser um espírito que reencarnou para resgate naquela família, causando-lhe muitos problemas; ao passo que o filho adotivo, poderá ser um espírito afim, que vem para trazer felicidade. Ou vice-versa. Desta forma, ter um filho adotivo ou biológico sempre será para a família um meio de ressarcir débitos pretéritos, direta ou indiretamente, e sejam esses débitos dela (família) ou dele (filho).

Nossos filhos não são nossos filhos, são antes, irmãos. Os corpos que têm, são filhos dos nossos corpos, nada mais. Os chamados filhos adotivos são os filhos do coração; estão unidos a nós por indestrutíveis laços espirituais.

E se puder unir, não separe....não incentive uma mãe a entregar seu filho, una-os, você também fará parte deste processo.

Somos todos adotados pelo mesmo pai: Jesus, então sigamos adiante levando seu eterno amor a todos os corações desesperançados. Fale para pais e filhos que o perdão será necessário para que todas as almas estejam unidas. Não condene quem entregou seu filho a adoção, ampare-a. Não incentive um filho a guardar mágoas, fale da evolução e dos bons sentimentos que iluminam nossas vidas.

SE NÃO PODES ADOTAR, AJUDA.......veja em sua cidade quantos locais existem que abrigam crianças, vá até lá, leia, ria, conte histórias, faça carinho, abrace, console, acolha, conforte, fale do imenso amor de DEUS por todos nós...e que tudo nesta vida existe para o amadurecimento do espírito.


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XII – item 18

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