Futuro |
Se pesquisas praticamente o futuro, contempla a faixa de terra que o abandono confiou à secura.
Se não lhe estendes braços amigos, podes perfeitamente vaticinar-lhe o amanhã, porque o amanhã, para todo solo relegado ao desleixo, será sempre desolação.
Mas se lhe buscas a água viva no próprio seio, removendo areia e detrito, ninguém consegue prever a excelência do oásis que se erguerá do deserto.
Em verdade, toda gente avalia, com segurança, o futuro do mal, quando o mal é conservado; entretanto, pessoa alguma conseguirá predizer toda a glória do bem, quando o bem aparece.
Transplantemos a imagem para o campo da vida.
Se cultivas a intolerância, não pre cisas perguntar quanto à colheita de aversões que obterás fatalmente.
Se estimas o abuso, não precisas recorrer aos decifradores da sorte para conhecer o desequilíbrio a que te projetas.
Se foges ao dever que te cabe, não precisas inquirir adivinhadores para saber quanto doem as consequências da deserção.