Sejamos piedosos para com os pequenos, os débeis, os aflitos, para com todos aqueles que sangram os ferimentos da alma e do corpo. Procuremos os lugares onde as dores abundam, onde os corações se partem, onde as existências se ressecam no desespero e no esquecimento. Desçamos nesses abismos de miséria, a fim de aí levar as consolações que restauram, as boas palavras que reconfortam, as exortações que vivificam, a fim de ali fazer luzir a esperança, esse sol dos desgraçados. Esforcemo-nos para daí arrancar alguma vítima, para purificá-la, salvá-la do mal, abrir-lhe o caminho honroso. Será somente pelo devotamento e a afeição que aproximaremos as distâncias, que preveniremos os cataclismos sociais, exterminando o ódio que se incuba no coração dos deserdados.
Tudo o que o homem faz pelo seu irmão grava-se no grande livro fluídico cujas páginas se desenrolam através do Espaço, páginas luminosas onde se inscrevem nossos atos, nossos sentimentos, nossos pensamentos. E essas dívidas nos serão pagas, amplamente, nas existências futuras.