Fluidos |
A grande querela secular que dividia as escolas filosóficas reduz-se, então, a uma questão de palavras. Nas experiências em que Sir W. Crookes tomou a iniciativa, a matéria se funde, o átomo se dissipa; no seu lugar, aparece a energia. A substância é um Proteu que reveste mil formas inesperadas. Os gases, que se considerava como permanentes, se liquefazem; o ar se decompõe em elementos bem mais numerosos do que a Ciência de ontem ensinava; a radioatividade, isto é, a aptidão dos corpos para se desagregar emitindo eflúvios análogos aos raios catódicos, revela-se como um fato universal. Toda uma revolução efetua-se nos domínios da Física e da Química. Por toda a parte, em torno de nós, vemos abrirem-se fontes de energia, de imensos reservatórios de forças, bem superiores em poder a tudo o que se conhecia até aqui. A Ciência se encaminha pouco a pouco para a grande síntese unitária, que é a lei fundamental da Natureza. Suas mais recentes descobertas têm um alcance incalculável, neste sentido é que elas demonstram experimentalmente o grande princípio constitutivo do Universo: unidade das forças, unidade das leis. O encadeamento prodigioso das forças e dos seres precisa-se e se completa. Constata-se que existe uma continuidade absoluta, não somente entre todos os estados da matéria, mais ainda entre estes e os diferentes estados da força.