Pai nosso

Pai nosso
“Pai nosso...” — Jesus (Mateus, 6:9).





A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.

Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.

De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.

É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.

A oração do justo

A oração do justo
“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago,5:16).



Considerando as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e todo anseio constituem também orações que partem da Natureza.

O verme que se arrasta com dificuldade, no fundo está rogando recursos de locomoção mais fácil.

A loba, cariciando o filhote, no imo do ser permanece implorando lições de amor que lhe modifiquem a expressão selvagem.

O homem primitivo, adorando o trovão, nos recessos da alma pede explicações da Divindade, de maneira a educar os impulsos de fé.

Todas as necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres viventes, valem por súplicas das criaturas ao Criador e Pai.

Nos dons do Cristo

Nos dons do Cristo
“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo.” — Paulo (Efésios, 4:7).


A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.

O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.

Animalidade versus espiritualidade.

Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.

E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiitual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.

Diante do Senhor

Diante do Senhor
“Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.” — Jesus (João, 8:43).



A linguagem do Cristo sempre se afigurou, a muitos aprendizes, indecifrável e estranha.

Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.

Emprestar sem exigir retribuição.

Desculpar incessantemente.

Amar os próprios adversários.

Ajudar aos caluniadores e aos maus.

Muita gente escuta a Boa-Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.

Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores.

Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas.

Ter e manter


Ter e manter
“Porque ao que tem ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” — Jesus, Marcos, 4:25.
“Não é Deus quem retira àquele que pouco havia recebido, é o seu próprio espírito que, pródigo e indolente, não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-a, a dádiva caída em seu coração.Aquele que não cultiva o campo que seu pai ganhou com o trabalho, e lhe deixou como herança, vê esse campo cobrir-se de ervas parasitas.É seu pai quem lhe tira as colheitas que ele não quis preparar?” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 18, item 15)



Reflitamos em alguns quadros da vida: a quem se consagra ao serviço, mantendo o trabalho, mais progresso; a quem auxilia o próximo, mantendo a fraternidade, mais recursos; a quem respeita o esforço alheio, mantendo a colaboração em louvor do bem, mais estima; a quem estuda, mantendo a instrução geral, mais cultura; a quem cultiva compreensão, mantendo a concórdia, mais clareza; a quem confunde os outros, mantendo a obscuridade, mais sombra; a quem se queixa, mantendo o azedume, mais desânimo; a quem se irrita, mantendo a agressividade, mais desespero; a quem cria dificuldades, no caminho dos semelhantes, mantendo obstáculos, mais problemas.

Que buscais?


Que buscais?
Esta simples indagação do Senhor, aos dois discípulos que o seguiam, é dirigida presentemente a todos os lidadores do Espiritismo, diante da Boa-nova renascente no mundo. 

Ao obreiro modesto da assistência fraternal, exprime a Voz Superior a reclamar-lhe os frutos na colheita do bem. 

Ao colaborador da propaganda doutrinária, representa a interpelação incessante acerca da tarefa de resguardar a pureza dos postulados que consolam e instruem. 

Ao orientador das assembleias de nossa fé, é a pergunta judiciosa, quanto à qualidade do esforço no cumprimento dos deveres que lhe competem. 

Ao servidor da evangelização infantil, surge a interrogação do Divino Mestre qual brado de alerta relativamente ao rumo escolhido para a sementeira de luz. 

O pensamento


O pensamento
Para dar ao pensamento toda sua força e sua amplitude, nada é mais eficaz que a pesquisa dos grandes problemas. Para bem exprimir, é preciso sentir intensamente; para apreciar as sensações elevadas e profundas, é necessário remontar à fonte de onde se originam toda vida, toda harmonia, toda beleza.

O que há de nobre e de elevado, no domínio da inteligência, emana de uma causa eterna, viva e pensante. Quanto maior é a impulsão do pensamento em direção a esta causa, mais alto ele paira, mais radiosas são, também, as claridades entrevistas, mais inebriantes as alegrias sentidas, mais poderosas as forças adquiridas, mais geniais as inspirações! Depois de cada voo, o pensamento retorna, vivificado, esclarecido, ao campo terrestre, para retomar a tarefa, através da qual continuará crescendo, pois é o trabalho que faz a inteligência, como é a inteligência que faz a beleza, o esplendor da obra concluída.

O Espiritismo


O Espiritismo
O Espiritismo alarga a noção de fraternidade. Estabelece, através dos fatos, que ela não é apenas um conceito puro, mas uma lei fundamental da Natureza, lei cuja ação se exerce sobre todos os planos da evolução humana, tanto do ponto de vista físico quanto espiritual, no visível como no invisível. Pela sua origem, pelos fins que lhes estão assinalados, todas as almas são irmãs.

Assim, essa fraternidade, que os messias têm proclamado em todas as grandes épocas da História, encontra, no ensino dos espíritos, uma base nova e uma sanção. Não é mais a fria e banal afirmação inscrita na fachada de nossos monumentos; é a fraternidade viva das almas que, em conjunto, emergem das obscuridades do abismo e sobem o calvário das existências dolorosas; é a iniciação comum, através do sofrimento; é a reunião final na luz.

Lugar depois da morte


Lugar depois da morte
Muitas vezes perguntas, na Terra, para onde seguirás quando a morte venha a surgir...

Anseias, decerto, a ilha do repouso ou o lar da união com aqueles que mais amas...

Sonhas o acesso à felicidade, à maneira da criança que suspira pelo colo materno...

Isso, porém, é fácil de conhecer.

Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações: nos compromissos no plano familiar;nas responsabilidades da vida pública; no campo dos negócios materiais; na luta pelo próprio sustento...

O dever, no entanto, é impositivo da educação que nos obriga a parecer o que ainda não somos, para sermos, em liberdade, aquilo que realmente devemos ser.

Estudo


Estudo
“A explicação dos fatos admitidos pelo Espiritismo, suas causas e suas consequências morais, constituem toda uma ciência e toda uma filosofia, que requerem um estudo sério, perseverante e aprofundado.” (O Livro dos Médiuns – Primeira Parte – Cap. II) 


Mediunidade sem estudo pode ser comparável a uma locomotiva correndo fora dos trilhos. 

O primeiro e mais importante dever do médium é, sem dúvida, o de estudar. 

Não basta ser médium para deter o conhecimento espírita, assim como não basta ser espírito liberto da matéria para possuir toda a sabedoria acerca do mundo espiritual. Existem espíritos tão ou mais ignorantes do que os médiuns dos quais se servem. 

Afora a necessidade de tomar parte nas reuniões de estudos do centro espírita a que esteja vinculado, o médium deve estudar por conta própria, procurando ampliar os seus conhecimentos, permutando ideias com os companheiros mais experientes da jornada humana. 

Espiritismo aplicado


Espiritismo aplicado
“Que o homem se utilize do Espiritismo para a sua melhoria moral, eis o essencial; mais que isso constitui apenas uma curiosidade estéril e, muitas vezes, orgulhosa, cuja satisfação não o fará dar nenhum passo adiante; o único meio de progredir é tornar-se melhor.”  (O Livro dos Médiuns, primeira parte, cap. IV)


A finalidade precípua do Espiritismo é melhorar o homem. 

Todos os seus esforços devem concentrar-se neste sentido. 

Aquele que deseje desenvolver as suas potencialidades medianímicas, canalizando-as para o bem, deve aprimorar- se interiormente, aplicando o Espiritismo à sua própria vida. 

Mediunidade sem Doutrina é uma luz que deslumbra. 

Muitos ambicionam incursões pelo mundo da mediunidade, aspirando a revelações para as quais não se encontram preparados. 

A revelação espírita é gradativa e acompanha o progresso da Humanidade.

Companheiros


CompanheirosHá muitos companheiros realmente assim...

Declaram-se espíritas.

Proclamam-se convencidos quanto à sobrevivência.

Relacionam casos maravilhosos.

Exibem apontamentos inatacáveis.

Referem-se, frequentemente, aos sábios, que pesquisaram as forças psíquicas.

Andam de experiência em experiência.

Fitam médiuns como se vissem animais raros.

Não alimentam dúvidas quanto aos fatos inabituais no seio da própria família, mas desconfiam das observações nascidas no lar de outrem.

Caridade Anônima


Caridade anônima
Formam legiões em lamentável agrupamento de dor. 

Agregam-se por afinidades dos malogros e das emoções. 

Perturbam-se, engalfinhados em ruidosas pelejas, e perturbam. 

Experimentam as vicissitudes dos fracassos e reboleiam-se na angústia desarvorada, adensando-se em nuvem fantástica de desespero. 

Ensimesmados, alguns parecem hipnotizados na autopunição, azorragados pelo remorso tardio ou pela  flagelação do arrependimento inoperante. 

São os irmãos desencarnados, que atravessaram os umbrais do túmulo, ignorando as realidades da vida espiritual ou que malsinaram as moedas da fé em loucura inominável. 

Amanhã


Amanhã
Muitas vezes, por semana, repetimos a palavra “amanhã”.

Costumamos dizer “amanhã” para o vizinho que nos pede cooperação e consolo.

Habitualmente relegamos para amanhã toda tarefa espinhosa. 

Sempre que surte a dificuldade, pedindo maior esforço, apelamos para amanhã.

Sem dúvida, o “amanhã” constitui luminosa esperança, com a renovação do Sol no caminho, mas também representa o serviço que deixamos de realizar.

É da lei que a conta durma com o devedor, acordando com ele no dia seguinte.

No instituto da reencarnação, desse modo, transportamos conosco, seja onde for, as oportunidades do presente e os débitos do passado. 

Abordagem Mediúnica


Abordagem Mediúnica
No exato momento do transe, a cabeça do médium se transforma numa espécie de  caixa de  ressonância; talvez fosse apropriado dizermos que a alma do medianeiro se transfigura numa caixa de sons e de imagens — sons e imagens dos dois lados da vida que, por vezes, se confundem, de modo a nem o médium e nem o 
espírito saberem, com clareza, de onde, em realidade, se originam. Por este motivo, na maioria das vezes, o sensitivo encarnado alimenta dúvidas quanto à autenticidade do fenômeno que protagoniza. Por outro lado, dependendo do grau consciencial do desencarnado, poderá ele mesmo, ainda que de maneira fugaz, imaginar-se no corpo, perdendo temporariamente a noção de si mesmo. 

A Reforma do Caráter


A Reforma do Caráter
Não há progresso possível sem uma observação atenta de nós mesmos. É preciso vigiar todos os nossos atos impulsivos, a fim de conseguirmos saber em que sentido devemos direcionar nossos esforços para nos melhorarmos. Primeiro, regular a vida física, reduzir as necessidades materiais ao necessário, para assegurar a saúde do corpo, este instrumento indispensável ao nosso papel na Terra. Depois, disciplinar nossas impressões, nossas emoções; exercitar-nos em dominá-las, em utilizá-las como agentes de nosso aperfeiçoamento moral. Aprender, sobretudo, a esquecer a nós mesmos, a fazer o sacrifício do eu, a nos despojar de qualquer sentimento de egoísmo. Só somos verdadeiramente felizes, neste mundo, na medida em que sabemos esquecer a nós mesmos.

A Consciência. O Sentido Íntimo


A Consciência. O Sentido Íntimo
A consciência é, portanto, como diz W. James, o centro da personalidade, centro permanente, indestrutível, que persiste e se mantém, através de todas as transformações do indivíduo. A consciência é não só a faculdade de perceber, mas também o sentimento que temos de viver, de agir, de pensar, de querer. Ela é una e indivisível. A pluralidade de seus estados nada prova, como vimos, contra essa unidade. Estes estados são sucessivos, como as percepções que a eles se ligam e, não, simultâneos. Para demonstrar que existem, em nós, vários centros autônomos de consciência, ter-se-ia de provar também que há ações e percepções simultâneas e diferentes; mas isto não é assim, nem pode ser. 

Todavia, a consciência, em sua unidade, apresenta, nós o sabemos, vários planos, vários aspectos. Física confunde-se com o que a Ciência chama de sensorium, isto é, a faculdade de concentrar as sensações

Resignação


Resignação
Para apreciar os bens e os males da existência, para saber o que são a felicidade e a infelicidade verdadeiras, é preciso elevar-se acima do círculo estreito da vida terrestre. O conhecimento da vida futura, da sorte que aí nos espera, permite-nos medir as consequências dos nossos atos e sua influência sobre nosso futuro. 

Encarada sob esse ponto de vista, a infelicidade para o ser humano não será mais o sofrimento, a perda dos seus, as privações, a miséria; não, será tudo o que o enlameia, amesquinha-o ou causa obstáculo ao seu adiantamento. A infelicidade, para aquele que considera apenas o presente, pode ser a pobreza, as enfermidades, a doença. Para o espírito que plana nas alturas, será a paixão pelo prazer, o orgulho, a vida inútil e culpada. Não se pode julgar uma coisa sem ver tudo o que daí decorre, e é por isso que ninguém compreenderá a vida, se não lhe conhecer nem o objetivo nem as leis. 

Requisitos basilares


Requisitos basilares
A circunspecção, o recolhimento, o silêncio interior, são condições precípuas para o homem manter a sintonia com as forças pulsantes do Mundo Espiritual Superior. 

A frivolidade, a excitação, a balbúrdia, são implementos que destroçam o equilíbrio indispensável a que transitem no Mundo Espiritual, na direção do homem, as cargas vitalizadoras da paz e da inspiração de que todos necessitam. 

Necessário compreender-se que a circunspecção decorre de uma atitude refletida, em que a mente repassa as ações, as ideias e as palavras, sopesando-as e medindo-as, a fim de proceder a uma avaliação segura do que se constituem interiormente. 

O recolhimento resulta de uma permanente vigília, através do qual o homem elabora ideias positivas, sabendo rechaçar as perturbadoras que o assaltam como corcel fogoso em campo aberto... 

A grande Crise


A grande Crise
...Jesus volta para convidar-nos à compaixão.
 
Se não puderdes perdoar, pelo menos, desculpai aqueles que vos ferem, que vos magoam, e se não tiverdes forças para desculpar, pelo menos, permiti que a compaixão aloje-se nas paisagens tristes dos vossos sentimentos magoados.
 
A grande crise moral da sociedade anuncia a era nova.
 
Buscai ouvir, e escutareis em toda parte a musicalidade diferente de um mundo novo; fazei silêncio interior, e ouvireis a sinfonia dos astros.
 
Tende a coragem, pois, de amar, em qualquer circunstância, por que se amardes somente àqueles que vos amam, mais não fazeis do que retribuir, no entanto, se fordes capazes de amar a quem vos alveja com os petardes terríveis da ingratidão, da ofensa, da perseguição gratuita, vosso nome será escrito no livro do reino dos céus  e uma alegria inefável tomará conta de vossos corações preenchendo o vazio existencial.
 

Renascer e progredir sempre


Renascer e progredir sempre
“A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o homem várias existências sucessivas, é a única que responde à ideia que fazemos da justiça de Deus para com os homens que se acham numa condição moral inferior, a única que pode nos explicar o futuro e embasar nossas esperanças, visto que nos oferece o meio de reparar os nossos erros, através de novas provas. A razão no-la indica e os espíritos a ensinam.” (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. CELD. Questão 
171.) 


Aos que padecem dúvida sobre a reencarnação, desejamos lembrar a bondade de Deus que a todos auxilia e conduz e que de todos quer a regeneração. 

As almas que creem sinceramente na reencarnação são aquelas que já encontraram o caminho, a orientação precisa para as próprias existências. Os outros que ainda buscam entender, exatamente, o que se passa com os espíritos após a morte do corpo físico, os que se debatem nas angústias, nas dúvidas e aqueles que de tudo descreem terão, naturalmente, o dia da compreensão, mas, sem margem de erro, sofrerão um pouco mais. 

Na rota evolutiva


Na rota evolutiva
O espírito jamais retrocede na viagem da evolução.

No entanto, muitas vezes, embora não perca na essência os tesouros adquiridos no campo da inteligência, o viajor da imortalidade é compelido a paradas necessárias ao justo refazimento, sempre que moralmente se envolva em compromissos escusos perante a Justiça da Vida.

Semelhante imperativo da regeneração, na senda do progresso, determina dificuldades e inibições no plano da forma em que somos habitualmente internados, para essa ou aquela reparação no Plano Físico.

É assim que o malfeitor genial, não obstante trazer consigo o acervo da própria cultura devidamente arquivado, volta a corpo enfermiço, quase sempre para sanar na idiotia os desequilíbrios com que se fez o empreiteiro da delinquência.

Na forja da vida


“Entrai pela porta estreita porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz e muitos são os que entram por ela.” – JESUS (Mateus, 7:13.)

“A porta da perdição é larga, porque as más paixões são numerosas, e porque é maior o número dos que frequentam o caminho do mal.” – Cap. 18, item 5.


Trazes contigo a flama do ideal superior e anelas concretizar os grandes sonhos de que te nutres, mas, diante da realidade terrestre, costumas dizer que a dificuldade é invencível.

Afirmas haver encontrado incompreensões e revezes, entraves e dissabores, por toda parte, no entanto...

Entre chamados e escolhidos


Entre os chamados e o escolhidos
Apreciando aquele ensinamento dos “chamados e escolhidos”, a destacar-se da palavra do Senhor, nas lições do Evangelho, mentalizemos o assunto, transferindo-o a uma oficina terrestre.

Em favor da produção de serviço, são aí admitidos colaboradores de variada procedência, escalonados em classes diversas.

Todos são chamados pela obra a fazer, a fim de conjugarem esforços dentro das finalidades da instituição a que se ajustam.

Entretanto, raros se portam à altura dos compromissos que assumem.

Muitos deles devoram o tempo, renovando indagações incessantes acerca dos problemas comezinhos da casa, a pretexto de recolherem esclarecimentos e diretrizes.

Ensino Espírita


Ensino Espírita
Se abraçaste na Doutrina Espírita o roteiro da própria renovação, em toda parte és naturalmente chamado a fixar-lhe os ensinos.

Administrador, não te limitarás ao controle de patrimônios físicos, porque saberás aplicá-los no bem de todos. 

Legislador, não te guardarás na galeria dos privilégios, porque humanizarás os estatutos do povo.

Juiz, não te enquistarás na autoridade de convenção, porque serás em ti mesmo a garantia do Direito correto. 

Médium, não estarás circunscrito ao órgão enfermo, porque auscultarás, igualmente, a alma que sofre. 

Crise moral


Crise moral
Como a Humanidade sairá desse estado de crise? Só há um meio para isso: encontrar um terreno de conciliação onde as duas forças inimigas, o sentimento e a razão, possam unir-se para o bem e a salvação de todos. Pois todo ser humano traz em si essas duas forças, sob o império das quais ele pensa e age, alternadamente. Seu acordo obtém das suas faculdades o equilíbrio e a harmonia, centuplica seus meios de ação e dá à sua vida a retidão, a unidade de tendências e de vistas, enquanto que suas contradições e suas lutas causam-lhe a desordem. E o que se produz em cada um de nós, manifesta-se na sociedade inteira e causa a perturbação moral da qual ela sofre.

Cada servidor em sua tarefa


Cada servidor em sua tarefa
“Todo aquele, pois, que escuta as minhas palavras e as pratica assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” – JESUS (Mateus, 7:24.)

“Todos aqueles que reconhecem a missão de Jesus dizem: ‘Senhor! Senhor!’ Mas de que lhes serve chamá-lo de Mestre ou Senhor se não seguem os seus preceitos?” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 18, item 9.)



No campo da vida, cada inteligência se caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias.

Seja nos recintos da lei, nos laboratórios da ciência, no tanque de limpeza ou à cabeceira de um doente, toda pessoa tem o lugar de revelar-se.

Autenticidade dos Evangelhos


Autenticidade dos Evangelhos
Um grande trabalho seria necessário para separar o verdadeiro pensamento do Cristo dos elementos estranhos contidos nos evangelhos, trabalho possível, embora árduo, para os inspirados, guiados por uma intuição segura, porém tarefa impossível para aqueles que só as próprias faculdades os dirigem nesse labirinto, onde as ficções se misturam às realidades, o profano ao sacro, a verdade ao erro. 

Em todos os séculos, certos homens, impelidos por uma força superior, consagraram-se a essa tarefa, procurando libertar o supremo pensamento das sombras acumuladas em torno dele. 

Alma, ser inteligente


Alma, ser inteligente
SEGUNDO A DOUTRINA ESPÍRITA, a alma é o princípio inteligente que anima os seres da criação e lhes dá o pensamento, a vontade e a liberdade de agir. Ela é imaterial, individual e imortal; mas sua essência íntima é desconhecida: não podemos concebê-la absolutamente isolada da matéria senão como uma abstração. Unida ao envoltório fluídico etéreo ou perispírito, ela constitui  o ser espiritual  concreto, definido e circunscrito chamado espírito. Por metonímia, empregam-se frequentemente as palavras alma e  espírito uma pela outra; diz-se: as almas sofredoras e os espíritos sofredores; as almas felizes e os espíritos felizes; evocar a alma ou o espírito de alguém; mas a palavra alma desperta antes a ideia de um princípio, de uma coisa abstrata, e a palavra espírito a de uma individualidade.

O espírito unido ao corpo material pela encarnação constitui o homem; de sorte que no homem há três coisas: a alma propriamente dita, ou princípio inteligente; o perispírito, ou envoltório fluídico da alma; o corpo, ou envoltório material. A alma é, assim, um ser simples; o espírito, um ser duplo composto da alma e do perispírito; o homem, um ser triplo, composto da alma, do perispírito e do corpo. O corpo separado do espírito é uma matéria inerte; o perispírito separado da alma é uma matéria fluídica sem vida e sem inteligência. A alma é o princípio da vida e da inteligência; foi, pois, erradamente que algumas pessoas pretenderam que dando à alma um envoltório fluídico semimaterial, o Espiritismo dela fez um ser material.

A sobrevivência do espírito


A sobrevivência do espírito
“Os espíritos familiares se afeiçoam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, em vista de lhes serem úteis, no limite de seu poder, frequentemente bastante restrito. (...)” (Allan Kardec.  O Livro dos Espíritos, 1.ed. CELD. Questão 514.) 

Guardando no coração a certeza íntima da sobrevivência do espírito após a morte do corpo, o homem criará excelente estímulo à crença e, mais ainda, fará com que as comunicações entre vivos e mortos, segundo a conceituação da Terra, se façam de modo mais constante e mais consistente também. 

A paciência


A paciência
A paciência é essa qualidade que nos ensina a suportar com calma todos os aborrecimentos. Não consiste em apagar em nós qualquer sensação, em nos tornar indiferentes, inertes, mas em procurar, além dos horizontes do presente, as consolações que nos fazem considerar fúteis e secundárias as tribulações da vida 
material. 

A paciência conduz à benevolência. Como espelhos, as almas nos devolvem o reflexo dos sentimentos que nos inspiram. A simpatia atrai a simpatia, e a indiferença engendra o amargor. 

Nós e eles



Nós e eles
Não justifiques a falta de cooperação à obra da fraternidade, alegando que a Assistência Social é serviço do Governo.

Sem dúvida alguma, o problema é de nós todos.

Sabemos, através das revelações mediúnicas que afirmam a reencarnação, que o desajustado de hoje é o iníquo de ontem e que a infelicidade de agora é imposição de reajustamento do passado.

Todavia, não ignoramos que a enfermidade que disciplina, quando sem amparo moral, transforma-se em lição que revolta...

A necessidade que corrige, se não é esclarecida, faz-se miséria que corrompe...

A dor que educa, sem compreensão, transmuda-se em alucinação que envilece...

No corpo



No corpo
Há quem menospreze o corpo, alegando com isso honorificar a alma; no entanto, isso é o mesmo que combater a escola, sob o estranho pretexto de beneficiar o aprendiz.

Leve observação, porém, nos fará lembrar a importância da vida física.

Diz-se, muitas vezes, que o corpo é adversário do espírito; contudo, é no corpo que dispomos daquele bendito anestésico do esquecimento temporário, com que a cirurgia da vida, nos hospitais do tempo, nos suprime as chagas morais instaladas por nós mesmos, no campo íntimo; nele reencontramos os desafetos de passadas reencarnações, nas teias da consanguinidade ou nas obrigações do grupo de serviço para a quitação necessária de nossos débitos perante a lei que nos governa os destinos; com ele, entesouramos, pouco a pouco, os valores da evolução e 

Na esfera do Cristo



Na esfera do Cristo
Não foi fácil a tua decisão!

No momento singular da definição, tinhas percorrido as múltiplas vias do discernimento, pautando a escolha no mais elevado critério de seleção.

Examinaste, paulatinamente, as avenidas largas do conforto, onde se exibem os modelos da ilusão, vestindo indumentárias do prazer, convidativas, agradáveis.

Perlustraste as veredas longas e ajardinadas do encantamento e te deixaste ficar um pouco à sombra do arvoredo, contemplando as águas da fonte canora que seduzem muitos, e ali, por distração, gastam tempo e oportunidade.(...) 

Não te foi fácil escolher!...

Livre-Arbítrio



Livre-Arbítrio
A questão do livre-arbítrio é uma das que mais tem preocupado os filósofos e os teólogos. Conciliar a vontade, a liberdade do homem com o jogo das leis naturais e a vontade divina, pareceu tanto mais difícil quanto a fatalidade cega parecia pesar, aos olhos de um grande número, sobre o destino humano. O ensino dos espíritos elucidou o problema. A fatalidade aparente, que semeia de males o caminho da vida, é apenas a consequência do nosso passado, o efeito retornando para a causa; é o cumprimento do programa aceito por nós antes de renascermos, segundo os conselhos de nossos guias espirituais, para o nosso grande bem e nossa elevação.

Nas camadas inferiores da criação, o ser ainda se ignora. Só o instinto e a necessidade o conduzem, e é somente nos tipos mais evoluídos que aparecem, como uma aurora pálida, os primeiros rudimentos das faculdades. No estado de humanidade, a alma atingiu a liberdade moral. Seu raciocínio, sua consciência desenvolvem-se cada vez mais, à medida que percorre sua imensa jornada. Colocada entre o bem e o mal, compara e escolhe livremente. Esclarecida através de suas decepções e seus males, é no meio das provas que sua experiência se forma, que sua força moral se tempera.

Jesus e Kardec



Jesus e Kardec
Ante a revelação divina, assevera Jesus:

“— Eu não vim destruir a Lei.”

E reafirma Allan Kardec:

“— Também o Espiritismo diz: — não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.”

Perante a grandeza da vida, exclama o Divino Mestre:

“— Há muitas moradas na casa de meu Pai.”

E Allan Kardec acentua:

“— A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no Espaço Infinito e oferecem aos espíritos, que neles reencarnam, moradas correspondentes ao adiantamento que lhes é próprio.”

Grupos



Grupos
“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles.” (Jesus - Mateus, 18:20.) 


Em se tratando das tarefas conferidas aos discípulos novos, portas adentro do Espiritismo Cristão, não é difícil traçar normas para as reuniões de intercâmbio com o plano espiritual, mas o que não é fácil será organizá-las em nome de Jesus.

A circunstância de se comunicarem entidades invisíveis, em determinadas assembleias, não é bastante para 
lhes imprimir um caráter de santidade. 

Antes de mais nada, é preciso considerar os fins que as movem. Nem todos os aprendizes chegam a compreender que a esfera invisível é a continuidade da sua própria.

Espírito



Espírito
Individualidades inteligentes, incorpóreas, que povoam o Universo, criadas por Deus, independente da matéria. Prescindindo do mundo corporal, agem sobre ele e, corporificando-se através da carne, recebem estímulos, transmitindo impressões, em intercâmbio expressivo e contínuo. 

São de todos os tempos, desde que a Criação sendo infinita, sempre existiram e jamais cessarão. Constituem os seres que habitam tudo, no Cosmo, tornando-se uma das potências da Natureza e atuando na Obra Divina como cooperadores, do que resulta a própria evolução e aperfeiçoamento intérmino. 

Perdendo-se suas origens no intrincado da complexidade das leis, transcende ao entendimento humano o mecanismo de seu nascimento e formação, princípio inteligente que são, a glorificar a Obra de Deus em toda parte. 

Em torno da virtude




Em torno da virtude
Se uma criatura possui enorme fortuna, podendo desmandar-se na prodigalidade ou na avareza, e busca empregá-la no bem-estar e no progresso, na educação e no aprimoramento dos semelhantes...

Se dispõe de autoridade com recursos para manejar a própria influência em seu exclusivo proveito, e procura aplicá-la no auxílio aos outros...

Se sofre acusação indébita com elementos para justiçar-se do modo que considere mais justo, e prefere esquecer a ofensa recebida, reconhecendo-se igualmente passível de errar...

Se já efetuou, em favor de alguém, todos os serviços ao seu alcance, recolhendo invariavelmente a incompreensão por resposta, e prossegue amparando esse alguém, através dos meios que se lhe fazem possíveis, sem exigência e sem queixa...

Caridade e Tolerância




Caridade e Tolerância
Milhares de criaturas esperavam-no coroado de louros, numa carruagem de glória.

Ele, o Grande Renovador, deveria surgir numa apoteose de exaltação individual.

O trono dourado.

O cetro imponente.

O laurel dos triunfadores.

A túnica solar.

Os olhos injetados de orgulho.

O verbo supremo.

A exibição de riquezas.

Os espetáculos de poder.

A escolta angélica.

As sentenças inapeláveis.

Auxiliar




Auxiliar
“Eis que o semeador saiu a semear...” (Jesus — Mateus, 13:3.)

“A perfeição está toda inteira, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas os deveres da caridade se estendem a todas as posições sociais, desde a mais humilde até a mais elevada.” (O Evangelho Segundo o  Espiritismo, cap. 17, item 10.)


 Auxiliar, amparar, consolar, instruir!...

 Para isso, não aguardes o favor das circunstâncias.

 Jesus foi claro no ensinamento.

 O semeador da parábola não esperou chamado algum.

 Largou simplesmente as conveniências de si mesmo e saiu para ajudar.

O Mestre não se reporta à leiras adubadas ou a talhões escolhidos. Não menciona temperaturas ou climas. Não diz se o cultivador era proprietário ou rendeiro, se moço no impulso ou amadurecido na experiência, se detinha saúde ou se carregava o ônus da enfermidade.

Atualidade Espírita




Atualidade Espírita
Espíritas!

O mundo de agora é o campo de luta a que fostes conclamados para servir.

Todas as rotas oferecem contradições terríveis.

A cada trecho, surpreendemos os que falam em Cristo, negando-lhe testemunho.

Ouvimos os que pregam desinteresse, agarrando-se à posse; os que se referem à união, disseminando a discórdia; os que exaltam a humildade, embriagando-se de orgulho; e os que receitam sacrifício para uso dos outros, sem se animarem a tocar com um dedo os fardos de trabalho que os semelhantes carregam!...

Ontem, contudo, noutras reencarnações, éramos nós igualmente assim...

Administradores



Administradores
“Honrai o rei.” (I Pedro 2:17.)


O espírito desprevenido que lesse superficialmente a recomendação de Pedro, talvez fosse induzido a inferiores considerações.

Não seria manifestação servil do apóstolo recomendar os príncipes do mundo ao respeito dos aprendizes do Evangelho?

Não seria expressão de medo, o propósito de cativar a atenção de dominadores?

Entretanto, aquele Simão muito amado, cheio de luz do Pentecostes, escreveu a pequenina indicação, evidenciando sabedoria divina.

A Prece



A Prece
Orar pelos espíritos infelizes, orar com compaixão, com amor, é uma das formas mais eficazes da caridade. Todos podem exercê-la, todos podem facilitar o desligamento das almas, abreviar a duração da perturbação que ressentem após a morte, por um impulso caloroso do pensamento, por uma lembrança benévola e afetuosa. A prece facilita a desagregação corporal, ajuda o espírito a desvencilhar-se dos fluidos grosseiros que o acorrentam à matéria. Sob a influência das ondas magnéticas que projeta uma vontade poderosa, o torpor cessa, o espírito reconhece- se, retoma a posse de si mesmo.

A prece por outrem, por nossos próximos, pelos infortunados e os doentes, quando feita com um coração reto e uma fé ardente, pode também produzir efeitos salutares. Mesmo quando as leis do destino causam-lhe obstáculos, quando a provação deve ser cumprida até o fim, a prece não é inútil. Os fluidos benévolos que traz em si acumulam-se para derramarem-se, durante a morte, no perispírito do ser amado.

A Fé



A Fé
A fé é a confiança do homem nos seus destinos, o sentimento que o leva na direção da Potência Infinita; é a certeza de estar seguro no caminho que conduz à verdade. A fé cega é como um fanal, cujo foco vermelho não pode atravessar o nevoeiro; a fé esclarecida é um farol poderoso que ilumina com uma viva claridade a estrada a percorrer.

Não se adquire essa fé sem ter passado pelas provas da dúvida, por todas as angústias que vêm sitiar os investigadores. Há aqueles que não atingem senão a uma opressiva incerteza e que flutuam, longo tempo, entre correntes contraditórias. Feliz daquele que crê, sabe, vê e caminha com segurança! Sua fé é profunda, inabalável. Ela o torna capaz de superar os maiores obstáculos. É nesse sentido que se pode dizer, no sentido figurado, que a fé transporta montanhas; as montanhas representam, aqui, as dificuldades no caminho dos inovadores, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material. 

A marca de um dever



A marca de um dever
“O dever é a obrigação moral, diante de si mesmo em primeiro lugar, e, depois, dos outros. O dever é a lei da vida; ele se encontra nos mínimos detalhes e também nos atos mais elevados(...)” (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. CELD,  Cap. XVII, item 7)


As alegrias de um encontro espiritual são inúmeras e os homens que se dedicam a utilizar horas, mentes, destinos na direção do bem multiplicam seus créditos na espiritualidade, em função dos trabalhos que assumem. 

Cada um traz em si a marca de um dever: há o dever do mundo, há o dever mediúnico, há o dever do aprendizado, há o dever do ensino, há o dever da maternidade e há o dever que a profissão impõe. Cada um traz em si a função para a qual veio talhado. 

A educação




A educação
É através da educação que as gerações se transformam e se aperfeiçoam. Para se ter uma sociedade nova é preciso homens novos. Por isso, a educação, desde a infância, é de uma importância capital.

Não basta ensinar à criança os elementos da Ciência. Tão essencial quanto saber ler, escrever, calcular, é ensinar a governar-se, a conduzir-se como ser racional e consciente; é entrar na vida, armado não apenas para a luta material, mas sobretudo para a luta moral. Ora, é com isso que menos se ocupa. Presta-se mais atenção em desenvolver as faculdades e os lados brilhantes da criança, não, porém, suas virtudes. Na escola, como na família, negligencia-se muito em esclarecê-la sobre seus deveres e sobre seu destino. Assim, desprovida de princípios elevados, ignorando o objetivo da vida, no dia em que entra na vida pública, entrega-se a todas as armadilhas, a todos os arrastamentos da paixão, num meio sensual e corrompido.

O Perispírito



O Perispírito
Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?

Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.

Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.

O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, em conformidade com o seu peso específico...

Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.

Ao companheiro espírita


Ao companheiro espírita
Afirma Allan Kardec “que se reconhece o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as tendências inferiores”. 

Quem se transfigura por dentro, no entanto, pensa por si, e quem raciocina por si desata as amarras dos preconceitos e escala renovações, no rumo do conhecimento superior pelas vias do espírito. 

É por isso que o raciocínio claro te arrancou ao ninho da sombra. 

Não mais para nós o claustro nebuloso da fé petrificada em que se nos desenvolvia o entendimento, em multimilenária gestação. 

Cessou para nós a nutrição mental por endosmose, no bojo dos pensamentos convencionais. 

Abrigo Íntimo


Pedes abrigo no tumulto que habitualmente aparece diante das grandes renovações. Entretanto, as possibilidades para o levantamento de semelhante refúgio estão em ti mesmo.

Rememora a proteção sob a qual vieste ao Plano Físico. 

De nada dispunhas, além do amor com que te acolheram, no entanto, não te faltou apoio para o crescimento nem luz bastante para que se te clareassem os pensamentos.

Relaciona os empréstimos da vida com que ao mundo te vinculaste:

oportunidades que te honraram;
afetos que te surgiram;
meios que obtiveste;
lições que te enobreceram.

Soma as bênçãos que te enriquecem e pensa na aplicação respectiva que se te pede para a elevação do futuro.

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